13.11.09

Taxus Baccata 1ª estilização

Vou começar a actividade deste blog com a apresentação de um dos meus projectos mais recentes.
Comprei este exemplar num dos viveiros que costumo visitar, apesar das limitações próprias do material proveniente de viveiro, acho que foi um feliz encontro!
Por essa altura a única intervenção que eu fiz foi descobrir o nebari e cortar alguma da massa verde para que conseguisse visualizar o resto do tronco, não fiz mais nada até para perceber como a espécie se ambientava ao meu espaço. Passados mais de seis meses já posso dizer que esta será uma das espécies onde posso e devo apostar, isto porque o meu espaço é fustigado com ventos fortes pelo menos durante três períodos de mais ou menos duas semanas durante um ano, sendo assim tenho que ter em atenção essa condicionante na escolha dos exemplares da minha colecção (mas ainda não desisti dos acers). Este taxus tem-se ambientado muito bem, apenas gosta mais de sombra do que de sol mas com o clima quente já mostrou bom desenvolvimento.
Segue a imagem do exemplar depois da compra e de cortar alguma da massa verde:

O mês passado por altura da exposição do Clube Bonsai de Sintra, decidi levar este projecto para trabalhar no Workshop com o Márcio Meruje. Depois de uma troca de ideias, mas seguindo também o gosto pessoal, pois havia outras opções, o design desta árvore foi trabalhado seguindo o caminho de um Shakan, aproveitando a inclinação natural do tronco. Foram escolhidos e aramados (onde tenho muito que praticar) os ramos principais, pois alguns já apresentam uma conicidade e também alguma ramificação secundária, conseguindo desvendar-se a imagem futura da silhueta desta árvore.
Seguem as imagens do resultado:

Agora é dar tempo ao tempo e deixar a árvore recuperar desta intervenção e crescer livremente durante uma ou até duas épocas, ir trabalhando a madeira morta no ten-jin e pensar se faço o transplante já na próxima primavera ou como a terra ainda continua drenante, esperar que a árvore recupere bem na próxima época de crescimento e fazer o transplante depois, isto seguindo um conselho importante dado pelo experiente bonsaista Rui Ferreira.

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