9.9.11

Trabalho em madeira morta

Este Zambujeiro está comigo através de uma troca com um amigo!

Quando aqui chegou a casa era um grande naco de presunto (como esse amigo lhe chamou LOL), mas a minha intenção era mesmo ter uma exemplar desta espécie com a qual eu pudesse começar a trabalhar, pois isto esperar para poder meter as mãos nos yamadoris não é fácil!
E assim foi... O primeiro trabalho que realizei foi a selecção dos ramos que pretendia para o desenho que imaginei. Em seguida está árvore foi trabalhada num Workshop de madeira morta que houve aqui em casa, mas sinceramente o resultado final não me agradou e este exemplar ficou um pouco "esquecido" no meio dos outros...

Um dia destes que passou, decidi meter as mãos na "massa" e tentar alterar alguma coisa no resultado conseguido no primeiro trabalho realizado na madeira morta. Foi o meu primeiro contacto mais intenso com dremel e depois de oito horas de trabalho dividido em dois dias, e depois também de quase ter ganho uma tendinite no pulso lolol o resultado que consegui foi para mim muito mais satisfatório, mais credível!!

Depois de todo o trabalho feito com dremel e alguma fresas diferentes, toda a madeira trabalhada foi queimada e escovada, o que reparei é que ganhava bastante se queimasse mesmo bem a madeira pois esta começava logo a estalar, um facto é que tirei as fotos que seguem quase uma semana depois do trabalho feito e já dá para ver a madeira a estalar e a criar fissuras que mais tarde vão ser aproveitadas para continuar e aperfeiçoar o trabalho. Antes do Inverno vou passar um liquido na madeira, que mandei vir da Kaizen, pois gostei bastante do resultado que foi apresentado num dum videos do Graham Potter, fica um aspecto muito natural nas Oliveiras.

O que nas fotos não aparece e que já foi feito, é a nova aramação nos ramos...

Fico à espera de opiniões ;)

8 comentários:

Leonel disse...

Olá Luis!
Apesar de ser já mais dificil aproveitares potencial desta oliveira, já que se bem me recordo o trabalho de madeira morta era 1 pco tipo paisagem lunar, lol, penso que com bons crescimentos de ramificação ainda poderás construir 1 árvore simpática.

Por acaso no último ano não tenho queimado a pca madeira morta que tenho feito nas oliveiras, qdo o fiz foi mesmo ligeiro e prefiro a tonalidade que ela ganha com o tempo apesar do aparecimento das fendas não ser tão rápido o resultado que vejo agrada-me 1 pco mais. Vamos testando as técnicas no tempo LOL!
Abraço e bons trabalhos.

Pedro G C Almeida disse...

Olha olha... querem ver que o bombeiro afinal é incendiário? A pegar fogo às árvores... tss, tss.

Falando a sério, gostei. Não sei como estava antes nem sou grande espingarda em trabalhos de madeira morta, mas admiro o que fizeste e a mim parece-me credível. Algo dramático, mas credível. :) Bom trabalho!

Um abraço,
Pedro

Luís Cunha disse...

Olá aos dois =)

Pois é Leonel, nem sempre as coisas correm como queremos, mas aí está a piada da coisa, o desafio!!
É mesmo verdade que depois do 1º trabalho feito com máquina e fresa grande o aspecto não ficou mesmo nada agradável, mas penso que agora (e ao vivo ainda mais) consegui dar algum rumo ao projecto e de uma maneira que para mim me deixou agradado. Consegui com que não ficassem visíveis as marcas de máquina, quase na totalidade da madeira trabalhada. Em relação ao processo de queimar ou não a madeira também estou em fase de algumas experiências, vamos trocando aspectos que resultem ou não =)

Obrigado pelo comentário!

Pedro eu tenho algum crédito ganho nas árvores que já salvei, por isso posso queimar algumas LOLOL

Pois é verdade que está um pouco dramático, mas como estava encaminhado o trabalho não podia fugir muito disto e olha que tenho aqui outra Oliveira com madeira morta natural bem mais dramática =) Coitada cresceu num clima depressivo LOL... A natureza tem coisas fantásticas =)

Obrigado pelas palavras!

Abraço aos dois.

Bombeiro disse...

Parabéns Amigo. Aquele Abraço

Carpácio disse...

Olá Luís,

Bem vamos por partes, pois quero falar de diversas coisas.

Quanto ao primeiro trabalho feito na madeira morta, como sabes tenho algumas oliveiras onde já trabalhei a madeira morta e a verdade é que nunca nenhum trabalho de makita me deixou totalmente satisfeito, mas posteriormente quando finalizei o trabalho com a Dremel detalhando toda a madeira ai já tudo faz sentido.

O que eu quero dizer é que faz tudo parte de um processo e é normal a makita nao nos satisfazer estéticamente, mas apenas porque aquela máquina serve apenas para fazer o trabalho bruto, ou seja a parte pesada da coisa e posteriormente é obrigatorio entrar a Dremel para fazer o trabalho de detalhe e suavizar as marcas da Makita.

Quanto ao dramatismo, eu pessoalmente gosto de dramatismo e a verdade é que ainda está para nascer máquina ou humano que consiga reproduzir o real dramatismo da natureza (obviamente este dramatismo nao é para todas as especies!)

E finalmente, quanto ao trabalho feito, gostei mesmo muito e acredito que esta árvore ganhou MUITO comparado com o que era inicialmente e isso só quer dizer que estás a fazer um excelente trabalho.

Ops! E ainda queria dizer, quanto ao liquido da kaizen, como sabes testei e nem me aqueceu nem arrefeceu, estou seriamente a pensar em dar liquido Jin diluido nas minhas oleas após elas já apresentarem um cinza base forte :)

Grande abraco,
David

Luís Cunha disse...

Olá David,

Pois é verdade, há trabalhos, principalmente neste tipo de Oliveiras, em que o uso de máquinas é quase obrigatório, pois só com ferramentas manuais para disfarçar grandes cortes ou fazer muita madeira morta não me convence também, não se consegue criar o tal dramatismo tão caracteristico desta espécie. Quanto ao uso de makita e sem seguida a dremel, sim é verdade o que dizes e nem podia ser de outra forma, pois se o trabalho com a dremel não se for fazendo as marcas que ficam do primeiro trabalho são muito artificiais.

Obrigado pelas palavras simpáticas na observação do trabalho feito ;)

Vou fazer a experiência com o liquido da Kaizen e com liquido jin e ver o que me agrada mais no resultado =)

Grande abraço

Mário Eusébio disse...

Viva Luis!

Quem viu este presunto e quem o vê agora :)

Eu gosto muito do trabalho, sobretudo por saber que era um naco maciço de madeira muiiiitttooo dura. Eu acho que o facto de queimares ajudou imenso, mesmo nos cortes com a maquina de 6mm, já dá um avanço muito grande! Eu pessoalmente, agora, prefiro trabalhar mesmo com goivas, depois do trabalho grosso com as máquinas e depois de "sacar" pequenas lascas de madeira, de seguida queimo tudo ( menos a parte verde :):) )

A meu ver a grande vantagem deste ex-presunto reside no facto de ser uma olea silvestre, que para nós, é muito melhor para bonsai!!

No que diz respeito ao liquido de Jin, ás vezes penso porque será que os Japonocas :) que andam nisto do bonsai há tanto tempo, ainda não evoluiram para outro tipo de liquidos de conservação !!!!????? Porque será??!!! Que andamos nós a inventar!!?? Eu pessoalmente utilizo o "velhinho" liquido de jin. Se repararem a madeira com o liquido de jin, abre fendas muito mais rápidamente, pois a mistura entranha-se na madeira e resseca-a abrindo as fendas no correr normal da madeira ;) A questão da cor, podemos adicionar outro tipo de corantes ;)embora nunca o tenha feito, pois o branco ao fim de algum tempo acaba por suavizar.

Parabéns Luis!

Abraço

Mário Eusébio

Luís Cunha disse...

Olá Mário,

Pois é, a culpa de eu lhe chamar presunto é tua lolol

Obrigado pelas simpáticas palavras sobre o trabalho que realizei, é sempre bom ouvir amigos mais experientes a dizerem que gostam do que vamos fazendo! É verdade que por ser uma Oliveira silvestre facilita o nosso trabalho na construções da massa verde.

Quanto à utilização de liquído Jin ou não nas Oliveiras, é verdade que faz parte de um gosto pessoal, mas sinceramente também partilho da tua opinião, não vale a pena andarmos a inventar muito quando já temos como base a larga experiência dos nossos colegas Japonicos =) Vou seguir esse caminho!

Grande abraço